Epicovid-19: Passo Fundo recebe décima etapa da pesquisa neste fim de semana

Voluntários da saúde realizarão testes na população. Pesquisa levanta número de casos de coronavírus na população gaúcha

 Passo Fundo está entre as cidades que integram a pesquisa que avalia a Evolução da Prevalência de Infecção por Covid-19 no Rio Grande do Sul (Epicovid19-RS) e entre os dias 9 e 12 de abril acontece mais uma etapa do estudo. Com isso, voluntários da área da saúde percorrerão o município, sob coordenação do Instituto Pesquisas de Opinião (IPO). Ao todo, quinhentos domicílios e 4,5 mil pessoas serão entrevistadas e testadas em nove cidades gaúchas, sendo Pelotas, Uruguaiana, Santa Maria, Porto Alegre, Canoas, Caxias do Sul, Ijuí, Passo Fundo e Santa Cruz do Sul.

Os dados mais recentes da pesquisa, divulgados no final de fevereiro, estimam que mais de 1,13 milhão de pessoas já tenham sido infectadas – o que equivale a um a cada dez habitantes do Rio Grande do Sul. “O Epicovid19 auxilia muito em obtermos uma perspectiva real de quantas pessoas já desenvolveram anticorpos contra esta infecção no estado”, diz a epidemiologista Mariângela Silveira, que integra a coordenação do estudo na UFPel.

Com o processo de vacinação em curso, o epidemiologista e líder do estudo, Pedro Hallal, aponta a importância de se conhecer o número de pessoas com anticorpos que tenham sido adquiridos via infecção ou pela vacina. “Vamos ter a oportunidade, também, de verificar a presença de anticorpos em função da imunização na população já vacinada”, complementa.

Dados científicos

Segundo o professor da Universidade de Passo Fundo (UPF), Dr. Kauê Collares, que atua como um dos responsáveis pelo recrutamento de pesquisadores voluntários para o desenvolvimento do estudo, juntamente com os professores Dra. Shana Ginar da Silva (UFFS) e Dr. Jeovany Martínez Mesa (Imed), a pesquisa baseia-se na ciência. “A pesquisa é importante por ter dados concretos baseados em evidências científicas que ajudam os gestores a tomarem decisões. É um estudo populacional bem delimitado, bem coordenado, em parceria com o governo do estado, representativo da população do RS e nesse momento que estamos vivendo é preciso dados para a melhor tomada de decisão”, disse Collares.

 Estudo

A pesquisa Epicovid19-RS é coordenada pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e pelo Governo do RS. O estudo populacional em série levanta o número de casos de coronavírus na população gaúcha, incluindo pessoas sem sintomas. A série de coleta de dados, que chega à décima etapa no neste fim de semana, teve início em abril de 2020, menos de 20 dias após o registro da primeira morte pela doença em solo gaúcho. Com isso, o Epicovid19-RS se torna o único estudo no mundo a realizar dez etapas de acompanhamento da prevalência de coronavírus na população das mesmas cidades, proporcionando um registro histórico com base em evidências científicas desde o início da pandemia no estado.

 Como funciona a pesquisa

Em cada município do estudo, a seleção das residências e dos moradores que irão fazer o teste para o coronavírus ocorre por meio de um sorteio aleatório, utilizando os setores censitários do IBGE como base. Para o exame, os profissionais de saúde coletam amostra de sangue (uma gota) por meio de um pique na ponta do dedo do participante. O método utilizado é um teste do tipo Elisa (sigla em inglês para ensaio de imunoabsorção enzimática), desenvolvido em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que apresenta alta sensibilidade para detectar anticorpos da covid-19 mesmo em casos de infecção mais antigas. Além do teste, o participante responde a uma breve entrevista sobre ocorrência de sintomas relacionados à covid-19, busca por assistência médica, vacinação e rotina das famílias em relação às medidas de distanciamento social.

A pesquisa tem apoio das secretarias de saúde e dos órgãos de segurança dos municípios e segue todos os protocolos de biossegurança para proteger a saúde dos entrevistadores e participantes.

O estudo mobiliza uma rede de doze universidades públicas e privadas em todo o estado, dentre elas a UPF. Os financiadores do projeto são o programa Todos pela Saúde, banco Banrisul, Instituto Serrapilheira, Unimed Porto Alegre e Instituto Cultural Floresta.

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