O tradicionalismo gaúcho perdeu uma de suas figuras mais emblemáticas. Faleceu na noite de segunda-feira (17), aos 92 anos, Rodi Pedro Borghetti, carinhosamente conhecido como Borghettão. Pai do músico Renato Borghetti e de Marcos Borghetti, Rodi construiu uma trajetória marcante na preservação e promoção da cultura gaúcha.
A notícia da morte foi confirmada por Marcos, nas redes sociais:
“Meu velho querido partiu hoje serenamente e rodeado de muito amor. Um ciclo de vida lindo e completo, mas que baita falta tu vais fazer, pai”, escreveu.
A causa da morte não foi divulgada. O velório será realizado nesta quarta-feira (19), no Theatro São Pedro, em Porto Alegre, das 9h às 14h.
Emocionado, Marcos também homenageou o pai:
“Certamente um bom cavalo bem encilhado te espera para novas cavalgadas. Segue em frente, xiru, e zela por nós aqui embaixo. Te amo eternamente.”
Uma vida dedicada ao tradicionalismo
Nascido em Flores da Cunha, na Serra Gaúcha, Rodi Pedro Borghetti teve papel fundamental na consolidação do tradicionalismo no Rio Grande do Sul. Com uma trajetória que se confunde com a história do movimento, Borghettão foi:
Patrão do CTG 35, um dos mais antigos e respeitados de Porto Alegre, desde a década de 1960;
Patrono da Semana Farroupilha no Estado, em 2010;
Presidente do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG) por dois mandatos;
Fundador da Confederação Brasileira de Tradição Gaúcha;
Presidente do Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore.
Figura respeitada e referência para gerações, teve sua biografia eternizada no livro “Rodi Pedro Borghetti – A memória escrita”, do jornalista Rossyr Berny. Na obra, o escritor Luiz Antonio de Assis Brasil descreve:
“O Borghetti é incombustível. Um fogo que nunca se apaga.”
Atuação além do tradicionalismo
Borghettão também se destacou no ramo imobiliário. Foi o primeiro presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis da 3ª Região (CRECI-RS), sendo reeleito por oito vezes entre 1962 e 1970.
Formado em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em 1961, recebeu o título de Cidadão de Porto Alegre em 2002, honraria concedida pela Câmara de Vereadores da capital.
Legado
Rodi Pedro Borghetti deixa um legado de amor à cultura gaúcha, ao tradicionalismo e à sua família. Um exemplo de dedicação e respeito às raízes do Rio Grande do Sul. Seu nome permanecerá na história como um dos grandes protagonistas da preservação das tradições gaúchas.
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