Por Marcos Roberto Nepomuceno
A Feira Regional do Livro e Cultura na Praça 2025, em Lagoa Vermelha, teve um dos momentos mais instigantes na roda de conversa com escritores locais, promovida pela Associação de Poetas e Escritores de Lagoa Vermelha (APELV). A professora e escritora Sônia Aparecida de Carvalho levou ao público uma reflexão sobre o saber, a cultura e o valor do título de “doutor”, tema de sua crônica publicada na coletânea “Letras da Nossa Terra”.
Durante sua fala, Sônia destacou sua trajetória acadêmica e o prazer de escrever fora da área técnica do Direito, abrindo espaço para novas formas de expressão.
“Sou professora universitária, formada em Direito, mestre e doutora aqui no Brasil e na Espanha. Sempre escrevi livros técnicos, mas a convite da APELV, comecei a escrever sobre outros temas e descobri um novo prazer na escrita”.
Ao comentar sua crônica, ela explicou o contexto histórico da palavra “doutor” e sua apropriação social no Brasil.
“O título de doutor foi concedido por Dom Pedro I em 1824, inicialmente aos médicos. Com o tempo, os cursos de Direito adotaram o termo por tradição, mas sem uma lei que o sustentasse. É uma herança cultural, um sinal de respeito ao profissional habilitado”.
Sua participação foi marcada por uma fala serena e didática, demonstrando que o conhecimento e a cultura caminham juntos quando a escrita se transforma em instrumento de reflexão.
