Um dos espaços mais procurados na Expointer, o Pavilhão da Agricultura Familiar (PAF) desperta a curiosidade de boa parte dos visitantes. A oferta de produtos é vasta e vai desde os tradicionais salames, copas e queijos, até outros menos comuns, que também contam a história e trazem consigo a cultura do meio rural do Estado.
Entre eles estão a jeropiga, o quentão, o bolo de frutas de Pelotas, a chimia de morango com pedaços, o camarão rosa, os bolinhos e empanados de peixe e de carne de siri e a rosca de coalhada gourmet. Além deles, será possível encontrar no 25º PAF da 46ª Expointer: azeite de nozes, embutidos produzidos com carne suína da raça moura, alho negro com mel e geleia de morango com espumante, entre outros.
Responsável por produzir uma bebida carregada de história e com sabor diferente, a agroindústria Costa Dias leva para a feira a jeropiga. O proprietário, Hermes Dias, afirma que a forma de produzir a bebida é semelhante à de um vinho tradicional, mas com um processo de fermentação diferente. “Quando ela tem um pequeno período de fermentação, a bebida é retirada e colocada em pipas (barris) com álcool de cereais, interrompendo a fermentação. Então ela se torna uma espécie de vinho licoroso, que se se assemelha bastante ao vinho do Porto, inclusive na graduação alcóolica, que pode chegar a 17%”, explica.
O produtor ressalta que a bebida tem mais de um século de tradição e que ele faz parte da sexta geração da família a produzi-la. “Ela foi trazida pelos colonizadores portugueses. Portugal é o berço da jeropiga, também produzida de forma artesanal. Então nós só mantivemos essa tradição de família e recentemente registramos a agroindústria”, relata Dias.
A rosca de coalhada é outro produto que resgata as origens e as tradições do meio rural gaúcho. Ela é produzida pela Agroindústria Sabor da Mata, de Bom Jesus. O proprietário, Valdevino Alano, explica que o produto vem desde o tempo das tropeadas e era muito utilizada pelos tropeiros por ser um alimento prático, rápido de fazer e duradouro. “Durava de 4 a 5 dias em uma mala de garupa em bom estado. Esse produto lembra os tropeiros, as fazendas, os sítios e as lidas do campo. Nós queremos manter viva a nossa cultura e as nossas origens através do produto”, explica.
Alano conta que aprendeu a receita com a avó e com a mãe e que o alimento era substancial nos dias de trabalho duro no campo: “A gente era pequeno e saía para camperear levando a rosca de coalhada para passar aqueles dias de serviço. Era nossa merenda, nosso lanche”. Ele diz que os ingredientes (basicamente a coalhada, o polvilho e o queijo serrano) são o diferencial do produto, já que é um produto típico da região e da agroindústria. “A nossa rosca de coalhada é um produto prático. É só tirar da embalagem, colocar no forno e pronto: é só degustar”, conclui.
O modo tradicional de preparar o produto também é usual na agroindústria Geleias Ivani, de Bento Gonçalves. Segundo a proprietária, Ivani Sonaglio, as frutas são classificadas a mão, respeitando a sazonalidade de cada uma. O empreendimento, que tem produtos em cerca de dez municípios e em mais de 50 estabelecimentos, é o responsável pela produção da geleia de morango com espumante.
“O nosso lançamento é o morango com espumante, da linha specialitá, que foi uma linha criada em comemoração aos 40 anos de história da nossa agroindústria. Utilizamos morangos bem maduros para atingir cor e sabores diferenciados”, comenta, Ivani. A linha specialitá foi criada como uma alternativa à linha tradicional e inclui ainda as geleias com pimenta, com plantas condimentares e com vinho”, acrescenta.
Além dos produtos, os visitantes poderão desfrutar, na praça de alimentação, dos produtos das sete cozinhas de entidades organizadoras do PAF. Todas elas estarão comercializando produtos da agroindústria familiar. Além das agroindústrias, também estarão presentes 75 empreendimentos de artesanato, plantas e flores.
Foto: Valdevino Alano