Letícia Accorsi reflete sobre a exaustão da pressa e propõe o resgate do essencial

Reportagem: Marcos Roberto Nepomuceno

Nem todo cansaço vem do excesso de trabalho. Muitas vezes, nasce da sensação permanente de urgência. Ao avaliar 2025, Letícia Accorsi, professora da rede municipal de ensino de Lagoa Vermelha, faz uma leitura crítica de um ano vivido em estado de alerta constante, marcado pela pressa artificial e pelo esgotamento coletivo.

A pressa que produz volume, não qualidade

Para Letícia, 2025 foi atravessado pela necessidade contínua de estar disponível. Um ritmo que criou uma corrida permanente para cumprir metas que se renovavam antes mesmo de serem celebradas. Segundo ela, essa lógica não gerou necessariamente mais qualidade, mas apenas mais volume — de tarefas, de cobranças e de notificações.

A professora observa que o excesso de estímulos e interrupções contribuiu para um ambiente de ansiedade e fadiga. “Corremos atrás de notificações que, na maioria das vezes, alimentam a ansiedade de quem envia e o cansaço de quem recebe”, reflete. Para Letícia, a grande lição deixada por 2025 foi o reconhecimento de que todos estão exaustos de um mundo que desaprendeu a esperar.

Mais do que aprender a gerenciar melhor o tempo, ela aponta que o verdadeiro desafio é resgatar o direito de não ser interrompido a cada segundo por urgências que poderiam, sim, esperar.

2026 e o resgate do essencial

Ao projetar 2026, Letícia Accorsi deixa claro que seu maior projeto não é externo, mas interno. Se os últimos anos foram marcados pela pressa e pelo ruído, o novo ciclo, segundo ela, precisa ser o tempo do silêncio produtivo e do afeto presente.

Sua prioridade máxima passa a ser a família. Estar junto não apenas fisicamente, mas com a mente livre de notificações e preocupações constantes. Letícia defende a inversão de valores: menos compromissos vazios, menos urgências artificiais e, como consequência, menos estresse.

Para 2026, ela deseja mais tempo para o café compartilhado, para conversas sem pressa e para o cuidado com quem ama. “Que a calmaria não seja um luxo, mas um novo estilo de vida”, resume.

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