O Hospital São Vicente de Paulo (HSVP), de Passo Fundo, deu mais um importante passo na consolidação da cultura da doação de órgãos no Rio Grande do Sul. Nesta semana, a instituição realizou uma captação múltipla envolvendo rins, córneas e ossos, reforçando seu compromisso com a vida e a solidariedade.
A doação foi viabilizada graças à autorização da família de um homem de 60 anos, que em vida demonstrava atitudes altruístas. “Mesmo em um momento de dor, a família demonstrou grande sensibilidade. Afinal, sem o consentimento dela, nada poderia ser feito pelas equipes médicas, e as pessoas que aguardam na fila de transplante não teriam uma nova chance de viver”, destacou o ortopedista Dr. Marcos Nunes, que participou da captação.
O procedimento envolveu uma ação integrada entre as equipes multiprofissionais e captadoras do HSVP, da Organização de Procura de Órgãos (OPO) 4 e da Central Estadual de Transplantes. Os rins foram transportados por via terrestre até Porto Alegre, enquanto as córneas e ossos foram encaminhados ao Banco de Tecidos Musculoesqueléticos (BTME), referência estadual mantida pelo próprio hospital.
COMPROMISSO COM A VIDA
Atualmente, mais de 50 mil brasileiros aguardam por um transplante. A espera pode ultrapassar 18 meses, dependendo do órgão. Por isso, é fundamental que cada pessoa manifeste à sua família o desejo de ser doadora. Mais informações sobre o processo podem ser obtidas diretamente com a OPO 4, pelo telefone (54) 3316-4079.
REFERÊNCIA EM TODO O ESTADO
O HSVP é o único hospital do Rio Grande do Sul que mantém um Banco de Tecidos Musculoesqueléticos. Trata-se de um dos sete serviços habilitados no Brasil, que já contabiliza 1.474 doadores e mais de 7.927 receptores beneficiados ao longo de quase 20 anos de existência.
Esses tecidos são essenciais em procedimentos cirúrgicos de alta complexidade, incluindo reconstruções ósseas após ressecções tumorais, revisões de próteses, correções de deformidades e até enxertos odontológicos.
A trajetória do HSVP na causa da doação começou ainda na década de 1980, com o credenciamento como Centro Transplantador de Órgãos e Tecidos. Desde então, a instituição ampliou sua estrutura com a criação da CIHDOTT e da OPO 4, consolidando um trabalho que vai além da assistência médica: trata-se de salvar vidas e dar esperança a milhares de pessoas.
