Procedimento inovador oferece uma alternativa segura de tratamento para pacientes com histórico de complicações vasculares
O Hospital São Vicente de Paulo, em Passo Fundo, realizou nesta semana o primeiro Implante de Desfibrilador Subcutâneo (S-ICD) da região Norte do Estado. Essa técnica consiste em inserir um eletrodo entre a pele e o osso esterno, sem a necessidade de acesso venoso, enquanto o gerador é posicionado sob o músculo na linha axilar média. O dispositivo monitora a frequência cardíaca e, ao detectar uma parada cardíaca, aplica um choque de 80 joules para restaurar o ritmo normal e prevenir a morte súbita. Isso pode ser comparado a uma verdadeira equipe de prontidão, monitorando e atuando imediatamente no coração do paciente.
O procedimento foi conduzido pela equipe médica liderada pelo cirurgião cardíaco Guilherme Krahl, com a colaboração dos eletrofisiologistas Jeferson Fontana e José Basileu Caon Reolão, com o apoio do eletrofisiologista Lucas Faganello, de Porto Alegre. O paciente, um jovem que já havia passado por dois implantes anteriores com um sistema transvenoso, enfrentou complicações que tornaram inviável novos acessos vasculares. Assim, o Desfibrilador Subcutâneo EMBLEM (Boston Scientific) foi escolhido como a opção ideal para o caso.
Conforme o Dr. Krahl, o S-ICD pode oferecer todos os recursos de um cardiodesfibrilador, semelhante ao convencional implantável transvenoso (TV-CDI), que, por alguma restrição cirúrgica, pode não ser mais uma opção. Além disso, pode ser uma excelente primeira opção nos casos em que recursos de marcapassos não são necessários. “Ele evita o acesso ao sistema venoso central e diminui os riscos de infecções intracardíacas e/ou tromboses, além de apresentar menores chances de complicações a longo prazo. Embora o custo seja um pouco mais elevado, os pacientes de boa parte dos convênios já têm acesso a essa tecnologia”, explicou o cirurgião.
Foto: Ana Paula Koenemann
