O governo do Estado está mobilizado no atendimento aos municípios afetados pelo novo ciclone extratropical que atingiu o Rio Grande do Sul na noite de quarta-feira (12/7), causando fortes chuvas, rajadas de vento e precipitações de granizo. Em entrevista coletiva à imprensa na manhã desta quinta-feira (13/7), o governador em exercício Gabriel Souza repassou informações oficiais sobre os transtornos gerados pelo evento climático e as medidas que estão sendo adotadas. A coletiva ocorreu na sede da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil, em Porto Alegre.
“O ciclone causou chuvas com alto índice pluviométrico, ventos fortes com rajadas de até 100 km/h e granizo. Em decorrência disso, teremos, provavelmente nas próximas horas, enchentes em alguns lugares do Estado. Isso nos mantém numa situação de alerta”, destacou Gabriel. “O ciclone deve sair, até o final do dia, do território do Rio Grande do Sul, mas ainda vai deixar um rastro de destruição e consequências pela sua passagem.”
De acordo com as informações reportadas ao Estado até o momento, uma pessoa morreu e 11 ficaram feridas. O óbito foi registrado na madrugada desta quinta no município de Rio Grande, no Litoral Sul, em razão da queda de uma árvore sobre uma residência. Os feridos são da cidade de Sede Nova, no Noroeste gaúcho – o município é considerado o mais afetado por esse novo episódio. Dentre os 11 feridos, um ainda se encontra internado em hospital, mas não corre risco de vida. As forças de segurança estão buscando mais informações sobre essas ocorrências.
“Telefonei ao prefeito de Sede Nova, Leandro Corteletti. A Defesa Civil já está enviando um caminhão com 100 kits de higiene e 100 cestas básicas para colaborar com o município. A escola estadual da cidade também sofreu avarias no telhado. Nesse telefonema, conversamos para que, rapidamente, possamos fazer o conserto e retomar as aulas”, disse Gabriel.
Até a manhã desta quinta, havia 10 desalojados e 90 desabrigados no Estado. Esse número, porém, sofre constantes atualizações. Em menos de um mês, este é o terceiro ciclone extratropical a atingir o Rio Grande do Sul. No meio de junho, ocorreu o episódio mais danoso, que provocou 16 mortes e deixou mais de 15 mil pessoas desabrigadas e desalojadas.
Risco de inundações
Durante a entrevista, Gabriel ressaltou que o evento desta semana, embora não tenha causado tantos danos humanos como o de junho, teve grande magnitude por ter abrangido todas as regiões do Estado. Além disso, o governador em exercício alertou para as áreas que requerem maior atenção nesta quinta: os vales do Taquari, do Caí, do Gravataí e do Sinos, bem como a região do Alto Uruguai, onde há risco de inundações.
A previsão é de que, a partir da noite desta quinta, o ciclone já se afaste do território gaúcho, deslocando-se em direção ao oceano. Entretanto, ao longo do dia, ainda serão sentidos diversos resquícios de sua passagem, como chuvas e ventos intensos. “Ainda estamos em estado de alerta. Queremos pedir à população muita atenção em relação aos alertas da Defesa Civil. Além dos ventos e das chuvas intensas que devem ocorrer durante o dia de hoje, há possibilidade de enchente de rios”, afirmou o governador.
Gabriel fez um apelo à população. “Pedimos, às pessoas que moram em áreas de risco, próximo a rios que podem transbordar ou em encostas de morro, que saiam de suas casas e se dirijam a residências de familiares ou amigos, ou até mesmo a abrigos indicados pelas prefeituras de suas cidades. É muito importante seguir as orientações da Defesa Civil e estamos à disposição pelos telefones 190 e 193”, salientou.
No início da manhã, o governador esteve reunido, no Palácio Piratini, com o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, e com secretários de Estado para avaliar a situação em todo o território gaúcho.
Foto: Joel Vargas/Ascom GVG