Pesquisa de Juliana Bosso Taniguchi foi realizada durante seu doutorado em Farmácia, na Tokyo Medical and Dental University e propõe uma modalidade terapêutica potencial para a doença de Charcot-Marie-Tooth
A estudante de Medicina da Universidade de Passo Fundo (UPF) Juliana Bosso Taniguchi acabou de concluir o 5º semestre, mas a sua trajetória na área da saúde começou há mais tempo, e já traz contribuições significativas para a ciência. Antes de iniciar seus estudos em Medicina, Juliana fez graduação, doutorado e pós-doutorado em Farmácia, área na qual realizou estudos na Coréia, no Japão e nos Estados Unidos. Durante sua vida acadêmica, Juliana dedicou-se a algumas temáticas, e uma delas tornou-se seu principal objetivo: buscar tratamentos para a doença de Charcot-Marie-Tooth, patologia hereditária presente em sua família.
Esse foi o tema da pesquisa publicada em novembro pela Nature, prestigiada revista britânica que evidencia o melhor em pesquisas revisadas por pares em todos os campos da ciência e da tecnologia. Desenvolvido por uma equipe de pesquisadores da Tokyo Medical and Dental University da qual Juliana fez parte durante seu doutorado, o artigo “AAV-mediated editing of PMP22 rescues Charcot-Marie-Toothdisease type 1A features in patient-derived iPS Schwann cells” aborda uma modalidade terapêutica potencial para pacientes que possuem a doença de Charcot-Marie-Tooth. “Era meu sonho uma terapia para a doença que eu tenho. [Este estudo] é em nível de laboratório, in vitro. A gente vai tentar escalonar, para futuramente ir para humanos”, planeja Juliana.
A busca por tratamentos para Charcot-Marie-Tooth também motivou a escolha de Juliana pelo curso de Medicina. Com uma formação mais abrangente, ela planeja seguir pelo caminho da medicina translacional, que aproxima as descobertas feitas em laboratório da aplicação prática. “Como farmacêutica, eu estava restrita à bancada (laboratório). Então, espero que agora, com a Medicina, eu possa ir além, e atender pacientes com essas novas terapias”, explica.
Por que a UPF?
Juliana conta que, quando pensou em fazer medicina, a escolha pela UPF se deu pela boa reputação da Universidade. “A UPF está na lista de instituições credenciadas pelo Sistema de Acreditação de Escolas Médicas do Conselho Federal de Medicina (Saeme/CRM). Isso possibilita que, se eu quiser, eu possa fazer uma residência nos Estados Unidos”, citou a estudante. A trajetória consolidada de mais de 50 anos da Universidade também deu segurança à escolha da futura médica, que fez sua graduação em Farmácia na Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), seu doutorado na Tokyo Medical and Dental University e pós-doutorado na University of Miami. “Antes de vir para cá, não tinha conhecimento nenhum aqui do Rio Grande do Sul, e estou muito feliz, gostei muito da faculdade, dos professores, e da cidade também”, afirma.
Foto: Carla Vailatti