Educação no RS não melhorou: matrículas caem em quase todas as etapas entre 2015 e 2024

A educação básica dos alunos no Rio Grande do Sul passou por transformações significativas nos últimos dez anos, mas o balanço mostra retração na maioria das etapas. É o que revela a Nota Técnica “Educação básica em números: matrículas no RS de 2015 a 2024”, divulgada nesta quinta-feira (25/9) pelo governo do Estado, por meio do Departamento de Economia e Estatística (DEE), ligado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG).

Em 2024, foram contabilizadas 2,227 milhões de matrículas, número 2% menor em relação ao ano anterior. A retração mais acentuada ocorreu no ensino médio, que caiu 14% no período 2015–2024, e na Educação de Jovens e Adultos (EJA), que registrou baixa de 48,5%. Em contrapartida, as creches tiveram crescimento de 27,4%, e os anos iniciais do ensino fundamental mantiveram certa estabilidade.

Na educação infantil, o número de matrículas subiu 23,1% no decênio, puxado pela expansão das creches. Já a pré-escola, mesmo com aumento de 19,6% desde 2015, apresentou queda de 1,3% em 2024.

O ensino fundamental teve retração de 6,6% no período, mas com destaque para a expansão do tempo integral, que cresceu 8,1% nos anos iniciais e 11,9% nos anos finais em 2024. No ensino médio, apesar da queda geral, o tempo integral avançou 16,9% no último ano, alcançando 8,5% das matrículas.

A educação profissional e tecnológica (EPT) cresceu 15,1% de 2015 a 2024, embora tenha registrado baixa de 4,1% no último ano. Já a EJA segue em forte declínio, com mudança no perfil dos alunos: hoje, metade tem 25 anos ou mais.

O levantamento também aponta equilíbrio entre meninos e meninas na educação básica, mas as meninas já representam 52% no ensino médio. Quanto à raça/cor, 80,7% dos estudantes são brancos, 12,8% pardos e 5,8% pretos.

Segundo o pesquisador Ricardo Oliveira, autor da análise, os dados reforçam a necessidade de acompanhamento das tendências, especialmente no ensino médio e na EJA, que concentram as maiores reduções.

Facebook
Twitter
WhatsApp
Posts Recomendados