O governador Eduardo Leite defendeu que a segurança pública seja tratada como prioridade nacional, com coordenação direta da Presidência da República. A manifestação ocorreu durante palestra nesta segunda-feira (3), na Associação Comercial de São Paulo (ACSP), quando o chefe do Executivo gaúcho destacou que o tema deve estar “no centro da agenda de liderança do país”.
Leite citou a recente operação policial no Rio de Janeiro, que resultou em mais de uma centena de mortes, como exemplo da urgência em promover integração e governança no enfrentamento ao crime organizado. “A segurança precisa estar na prioridade de gestão direta daquele que deve liderar o processo, que é o presidente da República. Não é verdade que o governo federal precise de uma PEC para exercer suas responsabilidades. A Constituição já confere todas as atribuições necessárias para promover a integração entre as forças de segurança e o sistema judicial”, afirmou.
Durante a palestra, o governador apresentou o Programa RS Seguro como referência de política pública que pode inspirar o país. Estruturado sobre as premissas de integração, inteligência e investimento, o programa permitiu ao Rio Grande do Sul alcançar reduções históricas nos índices de criminalidade. “A integração foi a base do nosso trabalho. Reunimos mensalmente as polícias, o Ministério Público, o Judiciário e órgãos federais em um ambiente de confiança e cooperação, em reuniões que lidero presencialmente. Sem nova lei, sem PEC. O resultado é que tivemos reduções de até 80% em roubos ao comércio, 90% em roubos de veículos e o menor número de homicídios da nossa história”, destacou.
Leite também ressaltou os investimentos em novas vagas prisionais, a reconstrução completa da Cadeia Pública de Porto Alegre (CPPA) e a ampliação do sistema penitenciário, que passou de 24 mil para 34 mil vagas, garantindo maior controle estatal sobre o ambiente prisional.
Além da segurança, o governador abordou o Plano Rio Grande, programa de reconstrução do Estado após as enchentes de 2024, destacando os avanços em equilíbrio fiscal, inovação e infraestrutura. “Não há sociedade que prospere com o governo desajustado. O ajuste das contas não é sinônimo de menos Estado, mas de um Estado mais justo e eficiente”, afirmou.
A palestra, intitulada “Rio Grande do Sul do Futuro: Transformação, Reconstrução e Desenvolvimento”, integrou a programação do Conselho Político e Social (Cops) da ACSP, mediada pelo ex-senador Heráclito Fortes. Após o debate, Leite recebeu a Medalha Comemorativa da ACSP. Entre os presentes estavam o ex-governador Germano Rigotto, o cientista político Antonio Lavareda, o ex-ministro Pimenta da Veiga, o ex-ministro Torquato Jardim, o presidente da ACSP, Roberto Mateus Ordine, o presidente da Invest RS, Rafael Prikladnicki, e o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab.
Foto: Maurício Tonetto
