Com queda nos homicídios, latrocínios e feminicídios, RS registra menor número de crimes contra a vida da série histórica

O Rio Grande do Sul encerrou 2023 com o menor número de crimes contra a vida da série histórica, iniciada em 2010. Com as quedas dos indicadores em dezembro, o acumulado manteve a curva descendente verificada ao longo dos meses e fechou 2023 com 1.981 crimes violentos letais intencionais (CVLI), queda de 6,3% em comparação a 2022.

Esta é a primeira vez, desde 2010, que o Estado encerra o ano com menos de 2 mil vítimas de CVLI. Os indicadores criminais foram divulgados nesta quinta-feira (11/1), em uma entrevista coletiva de imprensa realizada no Palácio Piratini pelo governador Eduardo Leite e os titulares das secretarias da Segurança Pública, Sandro Caron, e de Sistemas Penal e Socioeducativo, Luiz Henrique Viana.

Os homicídios no Estado em dezembro, em relação ao mesmo mês do ano anterior, tiveram queda de 15,8%. Em Porto Alegre, a redução foi mais expressiva, 33,3%. No acumulado de 2023, o Estado teve uma queda de 7% nos homicídios, e a capital, de 23,7%.

Em dezembro, os latrocínios despencaram 80%, passando de cinco casos em 2022 para um em 2023. Com essa queda, o crime manteve a redução que vinha apresentando no acumulado, diminuindo 24,5% no ano – o menor número da série histórica. O único latrocínio de dezembro aconteceu no dia 2, e na mesma data a Polícia Civil (PC) prendeu um dos suspeitos. O inquérito foi remetido ao Judiciário com dois indiciados, ambos presos.

Leite atribuiu o recuo da criminalidade à integração entre as forças de segurança. “O sistema de governança que implementamos com o Programa RS Seguro tem garantido esses números a partir de uma análise técnica e estatística dos indicadores, com reuniões mensais entre governador e comandantes. A partir deste trabalho, se aprimorou muito a integração das forças de segurança no Estado. E esperamos um resultado ainda melhor nesse processo a partir da implantação das Regiões Integradas de Segurança Pública (Risp)”, observou.

O governador ressaltou, ainda, a importância da reposição e do aumento do efetivo policial realizados nos últimos anos. “Ao observarmos a série histórica, vemos cada governo entregando para o seu sucessor menos policiais do que recebeu. Por causa da crise fiscal, o Estado não conseguia nem repor o efetivo que se aposentava. Nos últimos anos, garantimos a reposição anualmente e, no final do governo passado, começamos o processo de incremento desse efetivo. Ainda vamos chamar servidores de alguns concursos que foram feitos e programar novo certame”, afirmou.

Caron destacou o combate incisivo às organizações criminosas como uma das principais estratégias para a redução da criminalidade. “Estamos implementando medidas rigorosas contra o crime organizado. Com ações de inteligência, alcançamos apreensões recordes de armas, drogas, carros de luxo e imóveis, além do bloqueio de contas. A asfixia financeira é essencial para reduzir o poder das organizações criminosas, e as forças de segurança têm atuado com integração e inteligência para ampliar os resultados evidenciados nos indicadores”, disse.

O combate ao crime dentro do sistema prisional também foi apontado como uma das causas da redução da criminalidade no Estado. O secretário Viana disse que os investimentos realizados pelo Estado têm tornado as unidades prisionais cada vez mais seguras. “O presídio central foi considerado o pior do Brasil, mas conseguimos demoli-lo e teremos um sistema muito mais seguro. O crime tem sido combatido dentro dos presídios, com aquisição de equipamentos como bloqueadores de sinais de telefone, bloqueadores de drones, câmeras corporais para melhor controle do que entra nas unidades e mais revistas e capacitações. Assim, cada vez mais, poderemos garantir que não se cometam crimes de dentro dos presídios”, avaliou Viana.

Foto: Maurício Tonetto

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