Influenza A já supera a covid-19 como principal causa de mortes por SRAG no Brasil
Com a aproximação do inverno, crescem as preocupações com as doenças respiratórias — especialmente entre os idosos. Dados divulgados pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) apontam um aumento acelerado nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), com destaque para a influenza A, que já ultrapassou a covid-19 como principal causa de óbitos por SRAG na população acima de 60 anos.
Conforme o Boletim Epidemiológico InfoGripe, até o início de maio de 2025, o Brasil registrou 24.571 hospitalizações por SRAG, sendo que 50% dos casos nas últimas quatro semanas foram atribuídos ao Vírus Sincicial Respiratório (VSR), responsável também por 11% dos óbitos.
Segundo o infectologista e presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Alberto Chebabo, o avanço da idade compromete a resposta do sistema imunológico, tornando os idosos mais vulneráveis a infecções graves:
“Com o avanço da idade, o sistema imunológico se torna menos eficaz no combate a infecções. Isso aumenta a suscetibilidade dos idosos a doenças respiratórias severas, como as causadas pelo VSR, que antes eram mais comuns em bebês e crianças”.
Comorbidades agravam o cenário
Muitas pessoas idosas convivem com doenças crônicas como diabetes, asma, insuficiência renal e doenças cardiovasculares. Essas comorbidades aumentam significativamente o risco de hospitalizações prolongadas e complicações decorrentes de infecções respiratórias.
Estudo da Fiocruz revela que a letalidade do VSR entre idosos foi de 26% no período entre 2013 e 2023 — 20 vezes maior do que em crianças. Já o risco de hospitalização entre idosos com insuficiência cardíaca pode ser 33 vezes maior em comparação com os que não possuem essa condição.
Além disso, mesmo após a recuperação hospitalar, um em cada três idosos relata perda de autonomia para realizar tarefas cotidianas.
Vacinação e prevenção são fundamentais
Diante desse cenário, a vacinação contra influenza e outros vírus respiratórios se torna essencial. Chebabo destaca que, além da imunização, a adoção de medidas já conhecidas na pandemia ajuda a proteger os mais vulneráveis:
“Lavar as mãos com frequência, usar máscara ao apresentar sintomas gripais, manter ambientes bem ventilados, evitar aglomerações e contato com pessoas doentes seguem sendo ações eficazes de prevenção”.