COLUNA MARCOS ROBERTO NEPOMUCENO | Você também constrói Lagoa quando escolhe comprar aqui

Recentemente, ao conversar com a presidente da CDL de Lagoa Vermelha, Letícia Oliveira e Silva, ouvimos uma constatação importante: o comércio local vem enfrentando a chegada de grandes redes e lojas de fora, muitas com estruturas padronizadas, recursos de marketing de alcance regional e estratégias agressivas de vendas. E, ao mesmo tempo, percebe-se que algumas lojas tradicionais lagoenses estão encerrando suas atividades — muitas delas com décadas de história.

Não se trata aqui de um apelo bairrista ou de rejeição ao novo. A competitividade é parte natural do mercado, e a diversidade de opções sempre será positiva para o consumidor. No entanto, é necessário refletir: o que significa consumir localmente?

Lojas nascidas e mantidas em Lagoa Vermelha não são apenas pontos de venda. Elas geram empregos diretos, divisas importantes para o município, circulação de renda na própria cidade e histórias que fazem parte da identidade comercial local. Há empresas que resistem há 30, 40, 50 anos ou mais, com raízes profundas, que atravessaram crises, transformações tecnológicas e mudanças de comportamento do consumidor. Isso não é pouca coisa.

É natural que a população se encante com vitrines bem iluminadas e campanhas robustas das grandes redes. Mas o que às vezes passa despercebido é que aquela loja do centro, mantida com esforço por uma família lagoense, pode ser a responsável pelo primeiro emprego de um jovem, pelo sustento de uma casa, pela parceria com fornecedores da cidade, pelo apoio a ações sociais e até pela promoção de eventos que fortalecem a comunidade.

Não é um pedido de exclusividade. É apenas um convite à consciência: antes de comprar fora, olhe para dentro. Antes de sair da cidade ou buscar na internet, veja se o que você procura não está a poucos passos de casa, com alguém que conhece seu nome, seu gosto e seu jeito de pagar. Isso também é experiência de consumo.

Mais do que comprar, consumir localmente é um gesto de pertencimento. É reconhecer que Lagoa Vermelha só será economicamente forte se o seu comércio também for valorizado. As vitrines locais são, na verdade, vitrines da nossa identidade, da nossa força e da nossa história.

E enquanto alguns nomes chegam, outros merecem continuar — com nosso apoio, nosso incentivo e nossa presença.

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