COLUNA MARCOS ROBERTO NEPOMUCENO | Lixo à vista: um contrassenso que envergonha a Capital Nacional do Churrasco

Na manhã desta segunda-feira, 2 de junho, a paisagem urbana de Lagoa Vermelha revela, mais uma vez, uma contradição que exige reflexão urgente: lixo esparramado ao lado dos contentores instalados pelo Poder Público. Recipientes estrategicamente fixados em ruas e avenidas, pensados para organizar o descarte e melhorar o aspecto visual da cidade, tornam-se, por falta de uso adequado, cenário de desleixo e desprezo com o bem coletivo.

Não se trata aqui de um episódio isolado, mas de um padrão recorrente que desmoraliza o esforço governamental e fere a imagem de uma cidade que se orgulha do título de Capital Nacional do Churrasco. Como se pode almejar o fortalecimento do turismo e o desenvolvimento sustentável se falhamos no zelo pelo básico?

É preciso ir além da crítica e do conformismo. A administração municipal tem feito sua parte ao disponibilizar estruturas públicas para o descarte de resíduos. No entanto, é notório que o sucesso dessa política depende essencialmente da corresponsabilidade do cidadão. A cidade é de todos, e a manutenção de sua limpeza e ordem passa pelo comprometimento coletivo.

A pergunta que ecoa é: estamos, de fato, preparados para receber turistas, investidores e novos olhares enquanto toleramos imagens cotidianas de sujeira espalhada a poucos metros dos contentores? A resposta, infelizmente, nos devolve ao ponto de partida: enquanto não houver consciência comunitária, não haverá cidade limpa.

Lagoa Vermelha precisa, com urgência, de uma mudança cultural. O orgulho de pertencer a uma cidade em constante evolução deve ser traduzido em atitudes diárias, em gestos simples como colocar o lixo no lugar certo. Educação ambiental, fiscalização, campanhas de conscientização e diálogo são fundamentais — mas nada substitui a prática.

Enquanto nos vangloriamos de títulos e buscamos destaque no cenário turístico e econômico, não podemos fechar os olhos para o que se arrasta pelas calçadas. O futuro de Lagoa Vermelha não será construído sobre um chão sujo. Será erguido pela cidadania, pelo respeito ao espaço público e pelo compromisso com a coletividade.

E o primeiro passo? Começa com cada um de nós.

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