A Feira Regional do Livro e Cultura na Praça 2025, realizada em Lagoa Vermelha, ficará registrada como uma das edições mais inspiradoras dos últimos anos. Durante quatro dias, a Praça Frei Mateus Dolzan transformou-se em um grande palco de ideias, emoções e reencontros com a identidade cultural de toda a região.
Entre os momentos mais marcantes, destacou-se o lançamento da coletânea “Letras da Nossa Terra”, organizada pela Associação de Poetas e Escritores de Lagoa Vermelha (APELV). O evento, realizado na sexta-feira, 17 de outubro, reuniu autores locais que compartilharam suas histórias, versos e memórias, numa demonstração clara de que a literatura é, antes de tudo, um elo entre gerações.
O presidente da APELV, José de Andrade, destacou a importância do projeto como um marco na história literária do município, ressaltando o esforço coletivo para reunir tantas vozes em uma só obra. O encontro também contou com a presença do presidente da Academia de Letras do Brasil – Seccional Rio Grande do Sul, Dr. Milton José Pantaleão Júnior, cuja manifestação reconheceu o vigor da produção cultural da região e a força do interior gaúcho na formação da literatura estadual.
No palco das leituras e depoimentos, desfilaram nomes como Anna Carolina Frizon Ferreira, Donzília da Silva Monteiro Abreu, Augusto Mello, Laura Helena Pacheco Roman, Silmara Hoffmann Stedile, Cilon Tadeu de Freitas Lima, Lauro Teodoro, Zenair Borin, Oscar Menna Barreto Grau e Sônia Aparecida de Carvalho, cada um com sua sensibilidade e sua visão de mundo, compondo um retrato diverso e autêntico da alma lagoense.
A noite literária ainda foi abrilhantada pelo lançamento de três obras individuais: o médico Jefferson Borges de Oliveira, com “Qual será o seu legado?”, que une fé e reflexão; o escritor e ex-prefeito Gustavo José Bonotto, com “As Doze Regras do Jogo da Vida”, um convite ao autoconhecimento; e o autor João Henrique Cunha, com “Canto ao Sol”, obra que celebra a poesia campeira e o amor pela terra.
A NG Revista acompanhou de perto todos esses momentos — as falas, as leituras e os gestos de emoção que marcaram a noite. Em cada palavra, percebia-se o sentimento de pertencimento e o orgulho de fazer parte de uma cidade que valoriza a cultura e entende o poder da palavra escrita.
O que mais chamou a atenção, contudo, foi a diversidade de gerações reunidas em torno do mesmo propósito. Ver uma jovem autora, como Anna Carolina, dividindo o espaço com escritores já experientes, como Donzília, Cilon, Zenair ou Oscar, é a prova viva de que a literatura segue pulsando em Lagoa Vermelha. Essa continuidade entre o novo e o vivido reforça a importância de manter viva a cultura local e incentiva que outros também escrevam, publiquem e façam ecoar suas histórias.
Mais do que uma feira, o evento foi uma celebração da memória coletiva e da capacidade de transformar experiência em arte. Lagoa Vermelha mostrou, mais uma vez, que a literatura é uma herança viva — e que a chama do conhecimento, quando acesa pelo livro, nunca se apaga.