Acadêmicos da Engenharia de Produção realizam projeto de acessibilidade para cadeirantes

Estudantes desenvolveram plataforma que auxilia usuários de cadeiras de rodas

Para quem vive com mobilidade reduzida, a possibilidade de ter maior acessibilidade significa qualidade de vida. Pensando nisso, uma turma do 7º nível do curso de Engenharia de Produção da Universidade de Passo Fundo (UPF) desenvolveu um protótipo ampliando a acessibilidade de cadeirantes.

O projeto consistiu em uma adaptação para a mobilidade do cadeirante da cadeira tradicional para a cadeira de banho, sem necessidade de ajuda. Os alunos desenvolveram uma plataforma que une as cadeiras e facilita a movimentação. Conforme o acadêmico Vinicius de Ramos Peres, o projeto foi desenvolvido durante o primeiro semestre de 2022 e envolveu todos os 22 estudantes da turma. “A proposta do professor Nilo foi desafiadora, tivemos que nos unir para desenvolver algo que ninguém havia pensado antes. A partir disso, foram feitas reuniões on-line e visitas à casa do cliente (nome dado na disciplina a quem receberá a melhoria) para colher ideias e realizar a testagem dos protótipos que futuramente viriam a se tornar esta plataforma que apresentamos”, contou Vinicius.

A atividade foi desenvolvida na disciplina de Projeto e Desenvolvimento de Produto (PDP), sob a orientação do professor Me. Nilo Scheidmandel. Segundo o professor, os estudantes foram divididos em grupos, um mais voltado para parte teórica, cuidando de documentações; e outro voltado à prática, no desenvolvimento do protótipo.

De acordo com Vinícius, o sentimento de dever cumprido é imenso. “Esse projeto ampliou nossa visão de mundo, pois percebemos que muitas vezes as pessoas acabam reclamando por pequenos problemas diários e não visualizam que outras pessoas podem enfrentar desafios muito maiores, como é o caso daqueles que possuem a mobilidade reduzida”, disse.

Pesquisa
Antes de criar o projeto, os estudantes conversaram com um cadeirante, realizando uma pesquisa de qualidade de vida, perguntando quais as principais dificuldades enfrentadas por ele tendo a mobilidade reduzida. O entrevistado contou que um dos principais desafios era a necessidade de ajuda para fazer a troca de cadeiras na hora de tomar banho, e foi aí que surgiu a ideia da turma de realizar o projeto. “O projeto demonstrou que cada um vive seu universo diário com suas dificuldades e só quem sofre com a falta de locomoção e acessibilidade sabe o valor de um projeto como este. O aprendizado foi de diversas fontes, e cabe parabenizar a todos os integrantes da equipe pelo empenho”, comentou o estudante Rodinei Borsk Aguirre.

Aprendizado para além da academia
Para o acadêmico Jonathan Eduardo Cardoso, o aprendizado perpassou os muros da Universidade, chegando a pessoas que realmente precisam. “Todos se doaram ao máximo e conseguiram evoluir nas suas vidas e no ambiente acadêmico”, disse.

Da mesma forma, o estudante Joél Marcos Ranssolin destacou o aprendizado durante o trabalho. “Foi uma ótima escolha, ainda mais quando se trata de ajudar pessoas com algum tipo de deficiência motora. Saber que fiz parte de algo tão especial é muito gratificante para mim”, afirmou.

Outro ponto importante, além do aprendizado, foi a união dos acadêmicos para que o objetivo se concretizasse, destacando também a importância da engenharia e de projetos como esse, que contribuem para a melhoria da sociedade.

Após os testes, o cadeirante Josir de Lima conseguiu se locomover de uma cadeira para outra sem ajuda utilizando a plataforma criada pelos acadêmicos. “Me senti extremamente feliz em poder ajudar e aprender com a matéria. Os percalços do semestre foram mais um degrau que subi, e considero nobre o objetivo do projeto entregue”, disse a estudante Carina Ebertz.

Fotos: Divulgação

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